Manual da Tucunaré
Manual da Tucunaré – Entenda como pescar um dos peixes mais desejados do Brasil
Um dos peixes mais adorados pelos pescadores devido a pegada forte e grande disposição em brigar, pescar um destes predadores das águas é até mesmo considerado uma arte.
Sem enrolação nós vamos te passar algumas dicas preciosas para a sua pescaria de tucunaré ser um sucesso.
Comportamento e alimentação do tucunaré
O tucunaré é um peixe predador de ataque intenso e fisgada pesada, mesmo para os menores exemplares. Muito conhecido pela boca larga, ele costuma pegar as suas presas com uma rápida abocanhada, típico de um peixe caçador.
Um peixe bastante ágil, costuma se esconder entre troncos e vegetação no fundo dos lagos e rios, e sai para caçar nas margens da água, onde busca presas menores e peixes filhotes.
Conforme o calor do dia começa a aquecer a superfície da água, ele tende a buscar abrigo no fundo do rio, encontrando o esconderijo nos troncos e plantas aquáticas, emergindo à superfície para realizar o bote em sua presa.
Como realizar a pescaria do tucunaré
Como o tucunaré é um peixe caçador, ele está atento para realizar a caçada, com isso as iscas estáticas e sem movimento não costumam gerar tanto interesse no predador.
Iscas que simulem o movimento natural de peixes menores acabam sendo as preferidas pelos tucunarés, e cabe ao pescador aprender a simular bem o movimento do peixe.
Uma recomendação é de se testar e aprender a desenvolver este padrão com cada isca adquirida, pois cada uma tem um padrão de movimentação diferente em seu design e na ação em água, e pode ser necessária a substituição da isca se a pescaria não estiver surtindo efeito.
Nos primeiros momentos da pescaria é preciso chamar a atenção do peixe, por isso a pescaria de tucunaré exige certa insistência em cada local – de 6 à 10 arremessos em cada ponto normalmente são suficientes para atrair o predador, e se não tiver resposta pode buscar um novo ponto.
Iscas mais utilizadas na pesca do tucunaré
A pesca do tucunaré depende de muitos fatores, e certamente é uma das pescas que mais utiliza iscas artificiais.
Grande variedade pode ser utilizada, mas normalmente a pescaria se inicia com iscas de superfície, pois o comportamento normal do peixe é de buscar estas presas na superfície da água, realizando o famoso bote tão desejado pelos pescadores.
Nesta categoria existe uma infinidade de opções de movimentação, e o pescador precisa adaptar o seu padrão de uso ao movimento de cada isca, para torna-lo mais natural e mais atraente para o tucunaré.
Conforme a pescaria estiver mais desafiadora pela não reação dos peixes, pode-se usar iscas de meia água para trazer os predadores para a superfície, como as iscas de barbela curta, ou shallow runner.
Iscas menos convencionais podem ser igualmente eficientes, como as iscas Jig com penas, borracha, silicone ou tecidos. Iscas colher também podem funcionar – tudo a depender daquilo que o predador estiver mais disposto à atacar.
A Isca Shad também é uma boa opção, com uma textura mais próxima de um peixe real, contando com o anzol na parte interna.
Na pescaria com isca viva, dificilmente o tucunaré resistirá ao Lambari pequeno, iscado pela própria boca, para que o peixe se mantenha vivo e em movimento.
Recomendações para a pescaria do tucunaré
Como sempre a nossa recomendação ao pescador é de se preparar para enfrentar um dia quente, pois o período de pescaria do tucunaré é preferencialmente diurno, começando pela manhã e se estendendo pela tarde até o entardecer.
Prepare-se para fazer algumas substituições de iscas, caso não esteja funcionando com a isca que você tenha começado a pescaria. O gosto e comportamento do tucunaré podem variar, e é preciso de adaptar aos gostos do peixe.
Aconselhamos o uso de uma roupa que proveja proteção contra o sol para os braços, e use protetor solar. Botas também podem ser usadas em pescarias à beira d’agua para adentrar o primeiro metro de água.
O uso de óculos de sol também é recomendado devido ao reflexo da luz do sol na água em alguns momentos do dia.
Assim como outras espécies, o tucunaré aprecia ambientes com troncos, galhos e plantas, para privilegiar a sua camuflagem no bote, bem como a sua proteção contra eventuais predadores, e enroscos podem acontecer durante esta prática, a depender do ambiente, então é preciso estar disposto a perder algumas linhadas – sem estresse, o objetivo é sempre de se divertir.
Como amantes dos peixes, o Universo da Pesca tem respeito profundo pelos animais, e recomendamos que nenhum tipo de crueldade seja feito com os animais, mesmo que o foco da sua pescaria seja de alimentação, eles são seres vivos.
Tucunaré é um peixe muito esportivo. Habita as águas dos rios da América do Sul e especialmente aqui no Brasil.
Mais encontrado na bacia amazônica, no entanto, hoje em dia se espalhou por todo Brasil. Peixe pertencente à família Cichlidae. Considerada a espécie de peixe mais numerosa de água doce do nosso meio ambiente.
Peixe de médio porte. Com tamanho que varia entre 30 centímetros, chegando a 1 metro de comprimento. Mais encontrado em águas lentas ou parada, uma vez que vivem em lagos, represas e rios. Embora, são animais de comportamentos diurnos.
Carnívoro, seu principal alimento são peixes menores e também os camarões.
Neste post, as principais espécies e algumas curiosidades do peixe que movimenta nossa pesca.
Para a alegria de todos, o Tucunaré é encontrado em todo Brasil.
Com mais facilidade na região do alto Paraná, no Pantanal e principalmente na Amazônia. Além disso, em algumas outras regiões, tais como Nordeste, Sudeste, Centro-oeste. Embora, na região Sul é o local com a menor presença dessa espécie.
Os Tucunarés Açú e os Pinimas são das regiões Norte e Nordeste do Brasil. No Sudeste e Centro-Oeste é pescado o Tucunaré Azul e o Tucunaré Amarelo.
Com acesso fácil aos lagos e represas, o pescador encontra também, facilidade para praticar a pesca do Tucunaré.
Apresentam cores fortes e brilhantes. Aliás, uma das suas principais característica é olho vermelho. Peixe que forma casais escolhendo uma área de remanso ou espraiado para a construção do ninho e em seguida cuidar da desova e prole.
Considerado o maior representante da família dos Cichlidae. Pode ultrapassar os 11 quilos e medir mais de 1 metro de comprimento.
A variação de cores e padrões de listras é um grande diferencial. Por exemplo: do vermelho ao esverdeado, do amarelo ao azulado, com pintas e faixas de variados padrões.
Dotado de cabeça grande e mandíbula saliente com corpo no formato alongado. Mancha arredondada na cauda, que leva o nome de ocelo. Normalmente apresentam três faixas pretas na posição vertical ao corpo.
TUCUNARÉ PACA
Nome muito popular entre os pescadores, para denominar os peixes com uma coloração mais escura, repleta de pintas. Além disso, possuí também o corpo mais alongado e hidrodinâmico.
Não é correto dizer que o Tucunaré Paca é uma espécie. Em outras palavras, nada mais é, do que uma das fases que revela a maturidade sexual de algumas espécies Cichla.
Os Tucunarés da bacia amazônica são mais comuns nessa fase paca. Após o período de reprodução, estão muito coloridos e é quando são chamados de açu. Em seguida, retornam a fase paca para terem uma melhor condição de camuflagem nas áreas alagadas de florestas. Ou até mesmo nas margens dos rios. Por alimentarem praticamente nada durante o período de reprodução, quando estão na fase paca adotam o comportamento de frenesi alimentar.
Os Tucunarés da bacia amazônica que passam por essa fase paca são: Jarina, Temensis, Mirianae, Pinima, Vazzoleri, Melaniae e Thyrorus.
Entretanto, vale ressaltar que o Tucunaré Azul, é o único da família Cichlidae que não volta à fase paca.
Quando está na fase jovem ele ganha as pintas e coloração escura. Depois disso, quando atinge a maturidade sexual, sempre permanecerá com as características dos peixes da bacia do Tocantins e Araguaia. Ou seja, com as cores vibrantes e suas listras.
TUCUNARÉ AZUL
Nome científico Cichla Piquiti, peixes das bacias Araguaia Tocantins. Foi introduzido em reservatórios do Sudeste, Alto Paraná e Nordeste do país. Também é encontrado nos rios do Pantanal.
Diferencia-se das demais espécies por ter em seu corpo cinco ou seis listras transversais de colocação cinza. As nadadeiras são azul, daí o seu nome, Tucunaré Azul.
Durante o período de seca, o seu principal habitat são as lagoas marginais. Sobretudo, durante o período da cheia partem para os (igapó), as matas inundadas. Como não são peixes de águas rápidas, ficam nos remansos na ausência dos lagos.
O Tucunaré azul atinge peso superior a 5 quilos. Seu comprimento pode ultrapassar a 70 cm. Tem corpo um pouco comprido, alto e alongado. Cabeça e boca grande.
TUCUNARÉ AMARELO
Está presente em praticamente todo Brasil. Foi introduzido em inúmeros açudes e represas do país, visando o controle da superpopulação de Tilápias e de peixes forrageiros. Bem como no incentivo da pesca.
As listras pretas começam a partir da base das barbatanas dorsais e terminam no meio do corpo, na sua lateral. Decerto, a mancha preta no opérculo, região da mandíbula não está presente nesta espécie.
Embora, alguns exemplares apresentam manchas nas barbatanas. Quando estão nas partes mais fundas ou turvas, as cores amarelas mudam parar um tom de castanho escuro.
São facilmente encontrados nos rios da bacia amazônica, como por exemplo: Rio Araguaia, Tocantins, Teles Pires entre outros. Podem pesar mais de 3 quilos e ultrapassar facilmente os 45 cm.
TUCUNARÉ BORBOLETA
Nome científico Cichla Orinocensis. Espécie também denominado como Tucunaré Orinco (Colômbia). Tucunaré Pavão ou Orinoco (Venezuela). Além disso está presente naturalmente nos afluentes dos Rios Negros, Branco e Orinoco.
Ao contrário das demais espécies o Tucunaré Borboleta apresenta três distintos ocelos na lateral do corpo. No lugar das tradicionais listras verticais das outras espécies.
Corpo tomado por um tom amarelo dourando brilhante, puxado para o verde oliva. Sobretudo, bastante uniforme ao longo do mesmo.
Normalmente encontrados próximos as rochas, madeiras flutuantes e até mesmo nas vegetações submersas dos lagos e rios.
Período de reprodução dos Tucunarés
Na natureza em seu habitat natural a reprodução ocorre no período da chuva. No entanto em ambientes como reservatórios, lagos e represas artificiais, quando não sofre com grande variação do nível da água, essa espécie reproduz várias vezes ao ano.
Na época da reprodução formam os pares, fazem os ninhos no fundo de lagos, próximos a troncos submersos em espraiados. Onde colocam a desova e posteriormente cuidam da sua prole.
Normalmente a fêmea toma conta do ninho, enquanto que o macho circula para evitar o aproximação de intrusos no local do ninho.
Durante o período de desova, o tucunaré se alimenta pouco, dedica-se praticamente a proteção do ninho, bem como os cuidados com a sua prole.
O “cupim” encontrado em muitos Tucunarés significa que ele está na época reprodutiva. Aliás essa protuberância é um acúmulo de gordura. De tal forma que é de lá que fornecerão os nutrientes necessários para o processo de maturação dos ovos. Denominado período de desova e cuidados com a prole.
Surpreendentemente, o casal protege os filhotes até atingirem o tamanho de aproximado de 6 cm.
No período que estão protegidos pelos pais, os alevinos não apresentam o ocelo na cauda. Que de fato é uma das características mais marcante do Tucunaré. Depois do abandono pelos pais, começam a aparecer as listras verticais e o ocelo na cauda.
Hábitos alimentares
Como já foi citado. O tucunaré é um peixe diurno, sendo assim, caçam de dia e dormem durante a noite. Peixe que ataca praticamente tudo que move a sua frente. Faz parte da sua alimentação, principalmente, os lambaris, peixes pequenos, filhotes de outros peixes, camarões, pitus e até mesmo insetos.
São tão vorazes quando se trata de alimentação que pode atacar e comer filhotes da sua própria espécie. Portanto são canibais. Dessa forma, a espécie está no top da cadeia alimentar dos rios e lagos.
Com toda a certeza, são exímios caçadores quando perseguem sua presa. Ao iniciar um ataque, não desistem até capturá-las.
Da família dos ciclídeos, são peixes extremamente territorialista. Independente da espécie e muita das vezes até do tamanho, dessa maneira eles enfrentam qualquer peixe para garantir o seu território.
Em conclusão, podemos afirmar que o Tucunaré é um peixe extraordinário. Considerado o embaixador da pesca no Brasil. De fato, movimenta centenas de torneios pelo Brasil.
Não sei você, mas eu sou suspeito para falar dessa espécie. Pois o considero o peixe mais esportivo.
FORTE:https://blog.pescagerais.com.br/tucunare-algumas-especies-curiosidades-e-dicas-desse-peixe-esportivo/